Design e Processos de Sentido

Baseada na Semiótica, com ênfase na filosofia pragmática do americano Charles Sanders Peirce, o Laboratório Design e Processos de Sentido visa analisar o processo do design em seu sentido de concepção e transmissão de significações, seja na etapa de criação, seja na de produção, seja na de uso. A partir dessas análises, buscaremos compreender como as escolhas dos designers, sejam elas conscientes ou inconscientes, geram consequências práticas na vida, uma vez que os produtos de comunicação visual passam a compartilhar do nosso espaço público, servindo como mediadores para os homens. E poderemos perceber como o uso, uma vez que passa pelos filtros sociais, fisiológicos e psicológicos dos consumidores, pode alterar as significações pré-concebidas desses produtos. Para isso, também serão utilizados importantes conceitos dos semióticos Roland Barthes e Umberto Eco, que, apesar de terem desenvolvido pesquisas em outra vertente semiótica, se mostram complementares para se refletir nos meios como processos de significações – nisso podemos incluir os produtos de comunicação visual. O estudo das forças motrizes dos sentidos e a dinâmica das significações e interpretações na sociedade também serão baseadas nas ideias de habitus e de campo do sociólogo Pierre Bourdieu, que possui uma influência escolástica em seus conceitos, tal qual Peirce. O laboratório busca ainda, pautada nos conceitos do antropólogo Tim Ingold, se aprofundar no papel da produção como agente criador no design, a fim de compreender a etapa do making (fazer) como um momento frutífero para o projeto (forethought). Desta forma, visamos entender como a materialização dos produtos de design acrescentam significados e valores para as peças e como podemos relativizar o designer como único criador no processo. Desta forma, buscamos questionar a ideia de criação no design, ampliando o conceito de co-criação.